Lisboa em PandemiaLisboa como nunca vista pelos meus olhos. Nascido e criado em lisboa, habituei-me a ver Lisboa mudar. A conversa do morador dos bairros tradicionais com que por lá circulava, normalmente significava que eram todos uma grande familia. Miúdos e graúdos cruzavam-se regularmente e desde o "bom dia" ao "ajuda-me aqui com a carga das compras que já não vou para nova" era visto com naturalidade e um sorriso.
Andava-se no 28 para ir para escola, à praça etc. Descia-se à baixa para ir às lojas finas, mais que não fosse para ver as montras. Era o bullicio de quem andava diariamente para a frente e para tras nas suas vidas simples de uma cidade encostada ao canto da europa. Hoje em dia são lugares de Airbnb, esplanadas e rooftops. Lojas onde o pastel de bacalhau engordou e .. ficou sem graça, e a sardinha de conserva ganhou escaparates de loja fina. Em 2020 Lisboa, tal como o resto do mundo, parou e recuou para tempos em que Lisboa não fazia parte do mapa do resto do mundo. Sem turistas. Sem bulício. Por momentos aqui e ali fazia lembrar os tempos de antigamente. O tempo parou. Tudo parou. |